sábado, 9 de fevereiro de 2013

Bricos para piões de esferovite

Bricos para piões de esferovite

Boas!!!
Hoje venho aqui partilhar, como tinha prometido, duas bricolagens que uso para adaptar os piões de esferovite á minha pesca, isto porque são muito mais baratos que os de espuma ou os de cortiça!
A primeira consiste em adaptar um tubo interior aos piões de modo a que o multifilamento, onde estes vão correr, não corte o esferovite, o que seria o mais certo se se usassem os piões tal como vêm.
A segunda é em transformar estes piões, que são piões não calibrados, em piões calibrados através da adaptação de chumbadas e metendo na mesma o tubo interior de protecção.

Adaptação dos piões de esferovite á pesca com multifilamento

O material necessário é muito simples.

1- Piões de esferovite que se podem comprar em qualquer loja de pesca;
2- Tubo de diâmetro semelhante ao furo do pião, eu uso tudo pneumático porque é mais rijo, mas por exemplo também se pode usar o tubo usado para oxigenar os aquários, que é mais barato, mas mais mole;
3- Resina epóxida de 2 componentes;



Para começar, temos de tirar a medida ao comprimento do tubo que vamos inserir dentro do pião, devemos deixar um bocadito a mais para ser mais fácil manusear o tubo aquando da colagem.




Assim que tivermos o tubo cortado ao tamanho que queremos basta colar, aqui o mais importante é que esta colagem tem de ser feita com resina epóxida de 2 componentes pois é das poucas, senão a única cola que não "come" o esferovite e no fim de seca tem uma excelente resitência e aderência ao esferovite. Devemos colocar a resina ao longo do tubo e depois ir subindo e descendo o tubo para espalhar o mais possivél a resina.

 

De um dos lado vai sempre ficar uma acumulação de resina, pelo menos se o tubo for de diâmetro similar ao furo do pião, devemos alisar esse excesso com o dedo e tranferir o excesso para o outro lado alisando de igual modo, isto vai reforçar a únião do tubo ao pião nas extremidades e dar mais alguma resistência ao pião no bico, que por estes tendem a começar a partir-se.





Depois é só deixar secar, a resina que uso ao fim de 5 ou 10 m já está rija o suficiente para se poder mexer á vontade, existem algumas que demoram bastante mais tempo, mas também normalmente apresentam uma fixação mais forte, mas para isto este tipo de resinas é mais que suficiente.



Para finalizar cortamos as pontas do tubo do tamanho que quisermos, eu pessoalmente prefiro deixar sempre uma pontinha de fora do pião pois assim o tubo vai servir de amortecedor das porradas do chumbo no pião e vice-versa, o que ajuda também a uma maior duração do pião.
E assim ficam prontos os piões de esferovite para pescar multifilamento, como é óbvio ficam a trabalhar como piões de correr, mas como já disse noutros artigos prefiro piões de correr, porque regulando a altura do nó tanto podem trabalhar a correr como fixos, o que não acontece com piões fixos.



Transformação de piões de esferovite não calibrados em piões calibrados

Esta brico é uma bocado mais trabalhosa que a anterior, mas nada do outro mundo! O material necessário é o seguinte:

1-Piões de esferovite
2-Chumbadas de correr com o peso suficiente para calibrar os piões
3-Tubo pneumático do diâmetro dos furos dos piões
4-Fresadora pequena com duas mós uma cónica e uma cilíndrica
5-Aparafusadora pequena, é conveniente que tenha pouca rotação
6-Resina epóxida de 2 componentes



Em primeiro lugar vamos alargar o buraco das chumbadas de maneira a que o tubo caiba, não vamos perfurar tudo, só talves até meio, porque não é necessário, basta ficar com a profundidade suficiente para que o tubo se cole á chumbada. A aparafusadora convém ter pouca rotação porque quanto maior a rotação, mais a limalha do chumbo se enrola com a broca e é mais dificil fazer o furo, com pouca rotação o furo faz-se com relativa facilidade.

 


Depois e após cortar o tubo ao tamanho necessário para o pião é só enfiar o tubo na chumbada, aqui se quiserem para ficar logo fixo podem colar com uma gota de super-cola.



A seguir vamos preparar os piões para receberem as chumbadas, aqui vamos usar a fresadora e as mós, começamos pela cónica porque abre o buraco com mais facilidade e depois passamos á cilindrica para alargar o buraco o suficiente para a chumbada caber.
É preciso algum cuidado nesta fase, porque as paredes de esferovite do pião na zona da chumbada ficam fininhas e ao mínimo descuido partem-se!


Agora vamos colar o conjunto tubo+chumbada ao pião de modo similar ao que colámos apenas o tubo na primeira bricolagem, convém apenas reforçar com resina a zona onde a chumbada encaixa no pião para fortalecer essa zona.






É só deixar secar, cortar a ponta do tubo do tamanho que quisermos e temos piões calibrados por uma fracção do preço dos que se vêm nas lojas e tendo em conta que quem vai aguentar os piores tratamentos são as chumbadas devem durar o tempo suficiente para encontrarem uma pedra e ficarem lá agarrados!!!!



Espero que tenham gostado e que ou copiem ou pelo menos possam tirar ideias para outras bricolagens. Tenho mais algumas bricolagens que costumo fazer mas que terão de ficar para outra altura!
Também ainda está em calha o artigo sobre as técnicas de pesca, mas estava a ver se o tempo melhorava para ver se arranjava umas fotos de pesqueiros típicos  para cada uma das técnicas que uso e demonstrar melhor o que quero dizer.
E também já não falta muito para que os sargos começem a encostar aqui nos meus cantinhos, espero eu, e por isso com toda a certeza dentro de pouco tempo começarei a colocar relatos com alguma regularidade.
Fiquem bem!!!!
 
Ivo Castro

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

O essencial dos consumíveis

Boas!!!
Como prometido aqui fica o artigo sobre os consumíveis, fios, anzóis, bóias, etc...
Neste assunto em concreto as escolhas são literalmente infinitas e por isso não vou dizer que os materiais que uso são os melhores ou os únicos, mas apenas quero deixar uma ideia de quais são os materiais essenciais para as técnicas que uso e a partir daí cada um pode optar pela várias opções disponivéis no mercado escolhendo o que melhor lhe convêm.

Fios

Longe já vai o tempo em que os únicos fios disponivéis no mercado eram o monofilamento (nylon) e as opções mesmo dentro desses eram muito restritas.
Hoje em dia, com a evolução dos materiais, estão disponivéis a qualquer pescador fios de última geração, com caracteristícas extraórdinárias comparando com os monofilamentos antigos.
Eu, hoje, só uso dois tipos de fios nas minhas pescas, dois tipos diferentes destes fios de última geração, multifilamento para bobinar os carretos e monofilamento de fluorcarbono para os estralhos ou terminais.

Multifilamento

Os multifilamentos apresentam um conjunto de caracteristícas que os tornam únicos em relação a outros tipos de linhas, como o próprio nome indica são formados por um conjunto de vários finos filamentos, entrançados, de modo a formar um fio. São fios altamente resistentes á tracção, sem qualquer memória e sem elasticidade, no entanto são um bocado menos resistentes á abrasão que os monos e para além disso por não apresentarem qualquer tipo de transparência são muito visíveis o que os invalida para usar em estralhos.
Para mim, a principal caracteristica que me agrada nos multifilamentos é a falta de elasticidade. Ao colocar um fio destes no carreto, aumentamos imenso a capacidade de resposta das nossas ferragens e a sensibilidade aos toques se estivermos a falar em pescar á chumbica.
A maior desvantagem que essa mesma falta de elasticidade acarreta é que no combate com o peixe a probabilidade de desferragens e de quebra de linha aumenta, pois a linha não tem elasticidade para amortecer as investidas do peixe, no entanto para mim isto também pode ser visto como uma vantagem, porque, principalmente na pesca á chumbica, onde muitas vezes os peixes são ferrados em zonas de muita pedra, essa falta de elasticidade diminui a margem de manobra do peixe e evita que ele enroche com tanta facilidade, mas para tal temos de ter a exacta noção do que a nossa linha do estralho aguenta para não correr o risco de partir quando tentamos segurar um "matateu" no meio dos calhaus!
Tenho usado estas duas linhas que estão na foto seguinte, ambas 0,20mm, principalemente devido á relação qualidade/preço, no entanto as opções são muitas e de acordo com todas as carteiras.



Fluorcarbono

Os fluorcarbono são um conjunto de linhas monofilares (um só filamento) cujas caracteristícas são pouca elasticidade, alta resistência a abrasão e um indíce de refracção da luz solar muito semelhante ao da água, o que faz com que a linha quando submergida seja practicamente invisivél, o que os torna linhas de excelência para usar como terminais ou estralhos.
O maiores inconvenientes deste tipo de linhas são a menor resistência á tracção, a menor resistência ao nó e uma rigidez muito elevada, no entanto este era um maior problema para os primeiros fluorcarbonos, as linhas mas recentes já são relativamente macias e inclusivamente já se encontram fluorcarbonos para encher carretos, castable, o que até á algum tempo era impensável.
Para mim a caracteristica mais importante deste tipo de fios é mesmo a invisibilidade, pois permite pescar com efectividade em águas mais lusas e inclusivamente permite usar fios mais grossos com igual eficácia mesmo em águas lusas.
Desde que comecei a usar fluorcarbono a pouco e pouco fui aumentando o diâmetro do fio que uso e sempre sem notar qualquer diminuição do nº de peixes ferrados ou toques, e com a vantagem de menor risco de ruptura e mais resistência á abrasão, o que é umportante tendo em conta que tanto na pesca á chumbica como ao pião, o anzol anda a roçar o fundo o que aumenta a abrasão que o fio sente ao longo do dia de pesca.
Normalmente uso 0,28mm, desde mares de metro até 2 metros e pouco e sempre sem problemas de ataque do peixe, em situações em que tenha que abusar mais no apertar com o peixe ou em que tenha que içar os peixes mais á bruta então uso 0,30mm, á partida pode não parecer uma diferença significativa, mas a verdade é que o 0,30mm é bastante mais resistente que o 0,28mm, tanto á abrasão como á tracção e em acção de pesca a diferença é notória.
Tenho também sempre comigo uma bobine de 0,35mm para situações muitos especifícas, como por exemplo começarem a entrar no pesqueiro peixes de dimensões consideráveis como douradas ou robalos grandes, mas normalmente não é utilizada.
Desde já há algum tempo tenho optado pela linha Samuline da Sasame, por duas razões principais, a primeira é porque tem um boa relação qualidade/preço e a segunda é porque está disponivél em bobines de 250m e para mim que na época alta vou á pesca 3 vezes por semana, e gasto 5,5m em cada montagem de pião e uns 7m na montagem da chumbica, ter o fio em bobines de 250m elimina muito desperdício e faz com que a bobine ainda dure algum tempo.
A bobine de 0,35mm é de um fluorcarbono da Sufix de menor qualidade, mas como não é quase utilizada também não valia a pena investir mais.


Bóias de Pião

Aqui existem dois tipo principais de piões, calibrados e não calibrados e cada um tem a sua utilidade. Tanto num caso como no outro os pesos que uso vão desde os 30gr até aos 80grs, de acordo com o mar e a necessidade ou não de lançar mais longe.



Piões Calibrados

Estes são piões que já trazem a totalidade, ou quase, do peso necessário para os calibrar imbutido no próprio pião.
As vantagens deste tipo de piões são, não ser preciso meter pesos adicionais para calibrar o pião, e dado a esse facto de o peso estar associado ao pião lançam-se com uma menor probabilidade de que o estralho se embrulhe com o pião.
A desvantagem maior é que em condições de vento como o lastro está unido ao pião e não ao fio, o vento consegue mais facilmente puxar o fio, principalmente se se usar o pião a correr.

Piões Não Calibrados

Como o próprio nome indica, são piões que não vêm calibrados, estes piões para serem usados têm obrigatóriamente que levar lastro, normalmente na forma de uma chumbada de correr colocada logo abaixo do pião, isto, como disse atrás, torna a montagem mais instável durante o lançamento o que dá mais azo a que o estralho se embrulhe com o pião durante o lançamento, no entanto estes piões trabalham muito melhor em condições de vento, pois o lastro ao estar ligado ao fio e não ao pião, faz peso no fio e dificulta a acção do vento sobre o fio. E como aqui para os meus lados o normal é estar vento são os que uso mais.

No caso dos piões tenho usado uns piões da Hiro de esferovite, não são tão durávies como alguns de cortiçã, e muito menos que os de espuma, mas por sua vez são muito mais baratos e como a maior probabilidade é de acabarem agarrados a uma pedra antes prefiro usar destes!
No entanto estes piões não podem ser usados como vêm de fábrica senão o multifilamento iria cortar logo a esferovite e então é que não durariam nada, no entanto com uma pequena bricolagem colo um tubo de plástico ao interior do pião e assim o multifilamento já corre no tubo e já não toca na esferovite.



Recentemente tentei fazer destes piões não calibrado, piões calibrados para não ter que andar a comprar os de espuma que são muito mais caros, e acabei com o resultado seguinte, ainda não foram testados, mas parecem-me bem.


Prometo, mais tarde, deixar aqui um artigo com esta duas bricolagens para saberem como faço e eventualmente tentarem fazer o mesmo se quiserem.
Como podem ver uso apenas piões e correr, pela simples razão de que se quiser que trabalhem como fixos é só puxar o nó de travamento e fixar o pião ao pé do destrocedor.

Chumbos

Aqui englobam-se os chumbos de calibrar os piões, as chumbicas de pesca á chumbica e as chumbicas para correrem na pesca do pião.
Eu neste caso não sou muito esquisito, até porque nas lojas aqui da zona chumbadas de correr de pouco peso é um consumivél dificil de achar e por isso uso o que há.

Chumbadas de 10 até 60grs, para pescar á chumbica e calibrar os piões

Chumbadas de 2 a 5grs para pescar ao pião

Anzóis

No caso dos anzóis e tendo em conta que pesco quase única e exclusivamente com camarão e sardinha, uso apenas dois tipos de anzóis, o formato Chinu e o formato Iseama, mas mesmo assim maioritáriamente uso o formato Chinu.
Já de algum a esta parte tenho usado anzóis da Barros, Samurai nos modelos 9000 (chinu), 740 (iseama) e 750(chinu ringed) e gosto bastante destes anzóis são de uma qualidade muito boa e com um preço muito em conta.
Os nº que uso, vão desde o 1/0 ao 3/0 nos modelo 9000 e 750 e 1 ao 2/0 no modelo 740, sendo que o tamanho adequo ao dia, ao tamanho do peixe, etc...




Outros

Para finalizar existem ainda mais alguns consumivéis que utilizo como destrocedores, pérolas e fio para fazer o nó de correr.
No caso dos destrocedores tento usar destrocedores de barril resistentes e de um tamanho razoavél para aguentarem melhor as pancadas que levam do pião ou do lastro do pião durante a pesca.
As perólas uso das rijas com o furo menor que encontrar, quando pesco com piões acima dos 50grs meto sempre duas perólas em vez de uma porque com a violência dos lançamentos e da acção de pesca é comum o nó de correr acabar por passar por uma e assim fica sempre a outra a travar.
O fio para o nó pode ser qualquer fio, monofilamento, que se tenha por casa, na minha experiência o diâmetro que faz os nós de melhor tamanho, nem muito grandes nem muito pequenos é 0,35mm e é esse diâmetro que uso.

Pronto basicamente isto descreve todos os consumivéis necessarios para as minhas pescas.
Espero que ajude, principalmente quem se está a iniciar, a ter uma ideia do que necessita de comprar para fazer estas pescas e quem sabe dê alguma ideia a quem já tem experiência!
Fica para mais tarde o artigo sobre as técnicas de pesca que uso, diferenças e onde e quando devem ser utilizadas.
Fiquem Bem!!!